quarta-feira, 31 de outubro de 2007

- A conversa é como o sal: agradável somente em pequenas doses , a não ser para viciados !

BLAIR E O SEU TERMÓMETRO




Quando Churchill ofereceu ao seu povo, "sangue, suor e lágrimas" sabia duas coisas: que os não decepcionaria e que contava com esse povo, que para alguns é "a tribo mais evoluída" de quantas habitam o planeta.

Muitos anos depois, Tony Blair, alertou sobre as catastróficas consequências de aquecimento se os governos do mundo não tomarem medidas imediatas.

Vaticinou uma só coisa; suor, mas em grande abundância, se não se reduzirem imediatamente as emissões de efeito de estufa.

O programa de festejos que augura o ex "primeiro", é horripilante.

Fundiram-se os glaciares e começaram a vender-se botijas no Alasca, haverá mais malária e outras enfermidades tropicais.

As pragas do Egipto, que tanto amenizaram os nossos estudos escolares da História Sagrada, voltarão multiplicadas por sete e os invernos retirar-se-ão para os seus quartéis de inverno, já que o verão se dispõe a ocupar os calendários, seja qual for a estação do ano.

Um zodiaco funesto, minuciosamente descrito como naqueles exercícios espirituais onde um sacerdote informadissimo descrevia o inferno com todo o luxo de detalhes, dá vontade de interromper o topógrafo e dizer-lhe isso de " se há que ir, que se vá, mas que não nos acagace".

Para acabar de recompor-se, o ex vice presidente dos EUA, veio com um filme de terror sobre as alterações climáticas, titulada "Uma verdade incómoda".

Será possível que nos assemos vivos quando o termómetro de Blair, que é como uma varinha mágica ao contrário, suba cinco graus?

Apesar de ser certo que a natureza humana é o maior impedimento para tomar uma decisão inteligente, mas há que parar a desflorestação, em vez de se andar pelas ramas.

Vamos a ver se em Portugal vamos atirar toda a culpa a Nunes Correia & Cª e a outros aristocratas do betão.

Todos eles só querem levar o dinheiro quentinho!


- Os romeiros que pisam os relvados são hipócritas !

RETIRADA ???





Parece que não temos remédio.

Nesta altura do campeonato já sabemos que o costume de matarem-se mutuamente é a mais antiga diversão do ser humano.

Seria muito aborrecido deixar que o tempo morra nos nossos braços e este último acontecimento temos que o precipitar.

É como se não tivéssemos paciência para aguardar a nossa última hora.


(Em casa dos meus pais, lembro-me de um relógio de parede, desses que custodiavam o tempo, numa espécie de ataúde vertical, que tinha uma legenda horária que dizia: "Todas ferem, a última mata").

Por que antecipamos essa última hora?

É impossível a estatística dos seres humanos que morreram antes do tempo.

As inúteis guerras anteciparam-se aos relógios biológicos, que supostamente funcionavam muito mal noutros séculos.

(No tempo de Shakespeare, que tinha mais talento que todos os seus contemporâneos juntos, à excepção de Camões e Cervantes, com o quais teve combates nulos, a residência na terra não se prolongava mais além dos 45 anos. Uns com os outros, entenda-se)

No século XX, ou seja anteontem, menos um pouco mais de sete anos e dez meses, bateu o recorde de defuntos em magnífico estado de saúde.

As guerras levaram-nos adiante.

Agora o chefe das tropas dos EUA no Iraque, mostra-se partidário de ampliar a estatística e diz: "uma retirada seria catastrófica".


Não se sabe se há alguma catástrofe superior para a guerra continuar.

Que poupança de vidas suporia a retirada?

"A guerra não arruma nada", segundo Agatha Cristie, a novelista especializada em crimes de paz, já que ganhá-la é tão desastroso como perdê-la.

Como dizia, Gloria Fuertes, escritora e poetisa espanhola, quis ir às guerras, para pará-las.

Citei estas duas mulheres, já que suspeito que um mundo regido por elas, registaria menos conflitos bélicos.

Nada vai parar a guerra no Iraque por agora.

Acometer e matar é até fartar !



terça-feira, 30 de outubro de 2007

- A religião, qualquer uma, pode não ser o resultado de uma actividade mental excepcional, mas ainda é o único método inofensivo para manter a auto-estima dentro de certos limites justos !

O MORTO VIVO





Difunde-se o alarme nas embaixadas e chancelarias, já que ninguém sabe se bin Laden está morto ou continua vivo, organizando a morte de outros.

O directivo ou gerente mais famoso do terrorismo tem algo de místico com metralhadora e de cavaleiro de El Greco descoberto durante as Mil e uma Noites.

É como um dos apóstolos que segundo, Ramón Gómez de la Serna eram bacalhaus celestiais, mas o seu sermão é o inverso, já que não quer subir ao céu quanto antes, sem que subam os demais.

Temo-lo visto até há pouco em vídeos cavernículas e sempre com aspecto de convalescente, mas os serviços secretos franceses asseguram que já morreu, com um tifo pior que os outros, no passado ano de 2005, no Paquistão.

A notícia fornecida pelos serviços de espionagem, não foi nunca confirmada e muita gente não acredita.

Sabem que há muitos espias surdos e outros bastantes míopes.

Osama bin Laden foi declarado o Inimigo Público número um, até mais que o tabaco, que o era anteriormente mas que teve de ceder-lhe o lugar.

O presidente-terrorista Bush tentou localizar em toda a costa e em terra adentro o melancólico guerrilheiro saudita treinado pela CIA.

Depois do monstruoso ataque contra o World Trade Center de Nova Iorque, foi bombardeada minuciosamente a fronteira afegã-paquistanesa, mas parece-me que não acertaram no turbante do líder da Al Qaeda.

Que tenha morrido de umas tifoídicas em vez dum certeiro míssil que lhe tirasse a grandeza, ainda que deixasse intacta a sua crueldade.

Não duvido que haja isso que os estudiosos chamam, "aceleradores da História", mas creio que se não tivessem existido, Ghandi ou Hitler, para dar exemplos opostos, outros desempenhassem os seus respectivos papeis.

É igual, salvo para ele, que bin Laden esteja vivo ou morto.

A tensão islâmica continuará e há muitos e muitos suplentes!


domingo, 28 de outubro de 2007

- Uma coisa é certa, se é verdade o que me "venderam" quando era criança, quando o tal todo poderoso criou o homem, ele não estava a ser incomodado, nem pressionado por nenhum perfeccionismo !

sábado, 27 de outubro de 2007

O MALBARATAR ! ! !






Um novo ano escolar, começou há pouco menos de um mês e meio.

Pequenotes, jovens e adolescentes, vão para a escola com as suas carteiras, sacos, bolsas ou mochilas novas, os seus lápis de mil cores, novas esferográficas, novos cadernos e um sem fim de livros, novos também, que os pais foram obrigados a comprar, sem poderem aproveitar nenhum dos exemplares que os irmãos mais velhos, utilizaram no ano anterior.

Será que vão estudar novas matérias, novos textos?

Como se a sociedade, da física, da geografia, da própria história e da literatura, se é assim que chamam a essas disciplinas, para não falar em química, psicologia e por aí fora, tivesse mudado a uma velocidade tal que os editores apenas tiveram tempo de refazer os textos, imprimi-los, encaderná-los e enviá-los para as livrarias a tempo de sacar o dinheiro, aos pais dos alunos que se azafanam em comprar.

O direito à educação é um direito humano.

Uma educação que dê a todos os alunos, de qualquer credo, raça ou religião, as mesmas oportunidades.

Visto assim, simploriamente, a única escola que os iguala a todos seria a pública.

Não vou referir as subvenções para o ensino particular, para as diversas religiões e confissões, para que os jovens judeus possam ir à sinagoga, os muçulmanos à mesquita, os cristãos à igreja, onde cada um receberá a mesma educação baseada nos valores cívicos e no respeito da Constituição, a tolerância do pensamento alheio e demais doutrinas que hão-de regular a vida em sociedade e a convivência em paz.

Mas, além disso, voltando ao início desta postagem, todos os alunos das escolas públicas deveriam receber os livros grátis, como um complemento desse direito à educação, o que portanto, incrementaria a igualdade que preconizam os direitos humanos e a nossa Constituição.

Seria talvez a única maneira de poder reciclar os livros de texto, não só do ponto de vista ecológico, poupando um brutal gasto anual de toneladas de papel e tinta, como também uma forma de aproveitar os conhecimentos de um ano, para o seguinte, sem mais alterações que os reais e fundamentais, que porventura pudessem ocorrer, na nossa sociedade, na nossa geografia e na história contemporânea.

O esbanjamento e o desgaste das nossas fontes de energia não só se resolve aforrando água e electricidade, como também, toneladas de papel, que como todos sabemos, procedem do abate de árvores.

E quantas menos árvores, mais deserto, mais pobreza e maior desestabilização climática.

PENSEM NISTO SENHORES GOVERNANTES!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

- Enquanto a natureza abomina o vácuo, a mente comum adora emitir informações vazias !

RELAÇÃO DE BENS

Declaração de bens


Figura do "fisco"


A minha declaração!

Não se pode dizer que seja uma moda ou uma obrigação, mas que parece que há uma lei promulgada, parece-me que é certo.

Não me consta que esteja ou tenha sido suspensa.

A moda, não lhe vou chamar obrigação, das confissões ou declarações "em bolsa" ou "mercado de valores", dos candidatos a cargos públicos, (?) e políticos, ainda que a sua túnica esteja para ser levada para tingir, de divulgar os seus pertences e até as suas contas correntes, que deveriam ser extraordinárias, parece que ...

A verdade verdadeira é que não enganam ninguém, salvo o Fisco.

Todo o mundo sabe que, entre os subornadores e subornados, o número de ladrões em Portugal, aproxima-se muito do número de cães abandonados.

Por sabê-lo e até Putin o sabe, que para se defender das críticas pela deterioração dos DIREITOS HUMANOS na Rússia, disse que não tem nada que dizer, já que por essa Europa fora há políticos e até alcaides, (em Espanha), presos, por corrupção.

Dos vereadores, encarregues do Urbanismo, não falou, talvez porque não tivesse tido tempo de contá-los.

Defendo, com unhas e dentes, se necessário, que em vez duma declaração detalhada de bens, façam uma declaração detalhada, ONDE OS ESCONDEM.

Porque todas as investigações, de todos os casos que varrem de Norte a Sul, quer EDIS, quer os seus correlegionários do Urbanismo, descobriram negócios de duvidosa legalidade em milhões de euros, com, digo eu, vocação turística, pois foram depositados em paraísos fiscais, porque, apesar deste dinheiro ser a MERDA DO DIABO, não tem cheiro, nem deixa rastos ou pistas.

Onde foi parar?

Fazem-se estudos patrimoniais, bancários e imobiliários, mas há muitos ricos que declaram que estão tesos!

O que fazem não tem nome e por isso não há nada seu.

Com os ladrões, no nosso país, ocorre o mesmo que nas passagens de nível.

Se se tiram da circulação 500, para evitar acidentes, ainda restam 3000, ou seja não temos de temer a sua extinção.

Suspeita-se que parte do dinheiro de, por exemplo, requalificação de terrenos, pode custodiar os sócios do inqualificável tipo de requalificação.

Quem tem um amigo tem um tesouro, mas se ele participou no roubo, tem dois tesouros.

E se é cúmplice, tens algo mais que um amigo!


quinta-feira, 25 de outubro de 2007

- Os seres humanos têm que ser altamente adaptáveis para sobreviver ás condições não-naturais que insistem em criar para si mesmos !

POLVO GIGANTE



Depois de batido nestas pedras, deve estar tenrinho!




Um polvo gigante, de 12,40 metros de comprimento e 13 toneladas de peso, que não era visto há 107 anos.

Não vi a entrevista e por isso não sei quem o viu pela última vez, mas que apareceu e morreu numa praia do sul do Chile, informou esta quarta-feira o Centro de Conservação Cetácea de Santiago (CCC), parece-me que não há dúvidas.

O animal foi inicialmente
confundido com um "monstro marinho", ou uma baleia extraviada e moribunda, mas os cientistas confirmaram que se tratava de uma espécie de cefalópode, do qual não existiam notícias desde 1896, quando um polvo similar foi encontrado na Flórida (Estados Unidos).

A descoberta ocorreu no dia 24 de Junho na área de Los Muermos.

A capitania naval do porto da aldeia de Maullín, na costa do Pacífico, ao sul da cidade de Puerto Montt, 1.000 km ao sul de Santiago, alertou o CCC.

Depois do exame do animal, da análise de fotografias, medições e da extracção de tecidos, foram enviadas amostras e antecedentes para grupos de pesquisa de França, Itália e Estados Unidos, além de chilenos, para estabelecer a classificação, disse a ambientalista Elsa Cabrera, do CCC.

O zoólogo italiano Lorenzo Rossi, especialista em fauna marinha, um dos primeiros a receber as fotografias, afirmou que o polvo de Maullin é igual ao encontrado nos Estados Unidos há mais de um século.

Não sei se já anteriormente o tinha visto.

Só sei que, eu que procuro a fama há tantos anos, não me importava de o transformar em filetes, passá-lo por ovos de avestruz e … talvez tivesse dificuldade numa frigideira, onde o pudesse frigir ..., mas arranjar-se-ia.

Depois.

Bem, depois, era um arroz malandrinho, com os restos do malandro do bicho e um lugar no Guiness, para fazer a digestão!


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

- A autoconfiança extrema pode ser mais mortífera do que o ódio !

FAZEM FALTA DETECTIVES




O ideal seria que cada cidadão normal tivesse alguém que controle a sua vida de dia e também de noite, já que há muitos sonâmbulos à solta.

A investigação sobre as comunicações foi uma das chaves para deter os responsáveis do maior atentado da espamósdica história.

Pena foi que não o tivesse sido feito com a antecipação, anterior ao 11 de Março em Madrid de 2004, que foi o dia em que tudo mudou e não só as eleições, na nossa vizinha Espanha.

Os terroristas utilizaram telefones móveis, mas o móbil do crime não foi unicamente a vingança.

Em vista disto, uma nova lei atingirá os usuários anónimos do prático e malévolo artefacto: o mau é que são quase 18 milhões.

Não se sabe como se poderá alcançar isso, mas quere-se fazer.

As companhias telefónicas, espanholas, estarão obrigadas a conservar durante um ano, os dados das comunicações dos seus clientes.

Para o caso de ser pouco, o sonho orweliano complica-se, em busca da perfeição e também ter-se-á que exigir aos quiosques que vendem cartões pré pagos a identificar os compradores e encher um livro de registo, que alcançará cada semana o tamanho da lista telefónica.

O governo faz muito bem em combater a delinquência e para isso não há nada melhor que suspeitar de cada um de nós.

Claro que a vigilância massiva tem um preço, para além das dificuldades técnicas: uns milhares ou milhões de euros.

O inimigo é o número, não porque o inferno sejam os outros, que não é verdade.

Mais a mais, estas coisas imitam-se: os responsáveis pela grande trama da dopagem, em Espanha, querem, que a declarem mais 59 ciclistas, incluídos os estrangeiros.

Quiçá estará próximo o dia em que seja necessário controlar os controladores.

Para que não exagerem.


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

- A riqueza não é de longe tão boa quanto a pobreza é má !

AMEAÇA À SOBREMESA

Sobre a mesa!


Aproximam-se núvens negras!


iPod ou chupa-chupa?



Aos trabalhadores há que lhes pagar o salário justo para que não desfaleçam e possam continuar a trabalhar.

Uma vez conseguido, não sem árduas lutas laborais, este admirável equilíbrio, concebe-se a segunda grande conquista social da nossa época, que consiste em procurar que demorem o menos possível a comer.

Charlot foi e precursor, ao inventar aquela máquina que era como uma diligente cadeira de dentista, com garfo e colher.

Agora dispomo-nos a dar um passo mais além e preparamo-nos para estabelecer o chamado almoço "expresso".

Depois de muitos e variados estudos, as luminárias e os luminosos, chegaram à conclusão que duas horas, era demasiado tempo.

Então reduziu-se para uma hora e meia.

Mas agora esse tempo parece-me que é verdadeiramente excessivo e poder-se-á reduzir, ainda que se desfrute de idêntico apetite, para 60 minutos.

Entre as coisas mais agradáveis que se nos depara nesta vida transitória, é uma boa sobremesa, depois de lauto almoço com amigos.

Bem vistas as coisas, para que seja realizável são necessárias muitas condições.

A primeira, que se tenha comido à vontade.

Depois devemos ter uma boa conversa, que é uma das belas artes, sem nenhum comensal que açambarque o uso da palavra, desses que mesmo mudando os interlocutores, não se dão conta e seguem com o mesmo discurso.

Depois vêm os outros requisitos, todos imprescindíveis: um copo, quiçá mais outro e mais outro e algo desse fumo que segundo o poeta, que fumava muito e morreu bastante velho, nos "aquece o coração".


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

- Uma vez que os factos falam por si mesmos, as palavras tornam-se somente necessárias para a criação de mentiras !

O 8º. SÓCIO





O clube mais exclusivo do mundo, formam-no, os que possuem a fórmula para acabar com o mundo.

Até há poucos anos, acreditava-se que fossem só 7, (SETE) os países, que bem vistas as coisas são mais que suficientes, mas desde há pouco tempo, ingressou outro sócio, a Coreia do Norte, que em vez de respeitar o direito de admissão, decidiu, sem dar cavaco a ninguém, nada mais que fazer-se respeitar pelos Estados Unidos.

Comecemos a tremer, ainda que não tenham chegado até aqui as vibrações geológicas provocadas pela bomba atómica coreana.

Têm sido ensaios gerais com tudo, menos com mortos e a explosão deu-se debaixo da terra, a sul das sementes e metais escondidos.

Trata-se, por agora, do último atentado contra o Génesis e pode ser o final.

Claro que, sempre que se pisa um formigueiro, há sobreviventes e pode ser que suceda o mesmo depois de uma guerra nuclear.

Temos que viver para ver a quantidade de coisas que nos preocupam durante esta breve temporada por cá.

Em Portugal, pouco ou nada se adianta sobre as alternativas ao petróleo, a não ser pensar em estuprar-se um dos mais belos rios da Europa, à nossa dimensão, se é que efectivamente a emissão de CO2, contribui para as mudanças climáticas, porque a verdadeira mudança de clima dar-se-á com a verbena atómica, cheia de luz e som.

Onde se centram as nossas outras preocupações?

Geralmente, as nossas solucionam-se com dinheiro.

São questões de orçamento.

A criminalidade de menores disparou, mas não se pode mudar repentinamente a "lei do menor", mesmo que matem, estropiem ou assaltem, como uma menor de 15 anos, que há poucos dias, ajudou a assaltar um taxista e a incendiar-lhe o ganha-pão, porque não há dinheiro, não há estruturas, nem centros de internamento que cumpram a função, nem pessoal especializado.

Se houvesse dinheiro, tinham-se comprado aviões de combate a incêndios, mas como não há, pede-se que não chova e assim sucedeu, este Verão.

Que mais há?

Tudo são minudências.

O importante é que a terra trema debaixo dos nossos pés e que alguém, qualquer dos 8, (oito), pode começar a manusear o controlo remoto.


quinta-feira, 18 de outubro de 2007

- A juventude é um benefício ao qual só se dá valor depois de perdido !

A FIGUEIRA (La higuera)




Hoje falarei do último e inquietante romance que li, uma história que ainda tenho cravada as suas raízes na minha alma, com uma presença que se mantém, por mais que não queira ou possa pensar nela.

"La Higuera", (A Figueira – ainda não a vi traduzida para português), de Ramiro Pinilla, encheu-me de intranquilidade.

Não pelos assassinatos dos falangista nas povoações recém-conquistadas pelos fascistas, nem pela frivolidade do tiro na nuca aos presumíveis "vermelhos", republicanos ou possíveis inimigos do amanhecer que Franco e José António haviam desenhado para uma pátria "democrática" que nada gostavam.

Estas e muitas outras histórias são horripilantes.

Mas a atmosfera de "La Higuera" constitui a sua paisagem, mais envolvente ainda que a própria paisagem de Getxo, onde Rogelio Cerón, sem nunca sabê-lo, tomará consciência do que está a fazer, através do olhar do filho de um dos assassinados por ele.

O mais inquietante desta história que decorre à sombra e ao ritmo do crescimento duma figueira, é a convicção de Rogelio de que não abandonou as suas ideias, nem parece estar arrependido dos seus crimes, que julga como acções de guerra necessárias para limpar a pátria e no entanto dedica a vida a cuidar da figueira, como se tivesse recebido um mandato de algo mais além do olhar de um jovem de dez anos.

Crê de verdade Rogelio que está em perigo?

E, extrapolando essa convicção, sabemos por que tantas vezes nos obstinamos em dar sentido a um acto que se por um lado destrói a nossa vida passada, por outro dá sentido a esta nova e absurda decisão?

Como se no nosso interior houvesse um sexto sentido que nos está vetado conhecer, cheirar ou ouvir, que nos dita o que devemos fazer e o pretexto que temos que dar a nós mesmos, para justificar o injustificável.


O olhar do artista sobre o mundo, sobre os seus semelhantes, sobre os conflitos que nos agoniam e as doçuras que nos consolam, sobre a história de outros povos e da espanhola em particular, já passado, necessita da palavra para manifestar-se.

Só ela consegue que os espanhóis enfrentem uma história carregada de dores e sombras e sobretudo de contradições nos aspectos fundamentais da vida.

Já sei que os que não amam a leitura crêem de verdade na frase tantas vezes repetida:

"Vale mais uma imagem que mil palavras".

Sem dúvida, por mais que pense, não consigo adivinhar que imagem me poria frente a um conflito de consciência e de ética tão carregado de pretextos, que esconde a verdadeira dimensão da dor!


terça-feira, 16 de outubro de 2007

- Ter a última palavra, não é um privilégio dos sábios, mas sim dos poderosos !

MAIS DO MESMO, OS GRANDES SÃO SEMPRE GRANDES !!!


Até continua pelo mar adentro !



Não lhes vai ser bonito, aos mexicanos que tenham a inverosímil aspiração de ganhar a vida nos Estados Unidos.

O Senado ianque defendeu por uma assustadora maioria, a construção de uma barreira limítrofe entre os dois mundos que formam parte deste, mas que não têm nada a ver um com o outro, porque dum lado há enchiladas e do outro hambúrgueres.

Os antigos emigrantes ilegais, em vez de vadear o rio, terão que saltar o taipal ou tapume e deverão substituir o batel por uma vara.

Se Adelita (*), foi com outro e conseguiu passar para o outro lado, havia de ser dada como perdida, porque não a podiam seguir, nem por terra nem por mar.

O século passado, que além do século da siglas foi o século das guerras, continua por este a sua insolidária conduta.

Depois da cortina de aço, da cortina de gelo, e da cortina de bambu, chegaram outros mais ou menos impenetráveis.

O muro de Berlim teve a contribuição, para derrubá-lo de João Paulo II, que talvez não tenha sido um eminente teólogo indiscreto, como o seu sucessor, mas era um atleta.

O que se suspeita agora é que se utilizam os entulhos de todas as fronteiras abatidas, para edificar umas novas.

O que além de terrível, é caro.

Quanto poderá custar uma trincheira para cima dos 1123 quilómetros de comprimento?

Portanto não se poderá dizer isso de "pobre México, tão distantes de Deus e tão perto dos Estados Unidos".

Dentro de pouco tempo as coisas estarão igualmente distantes.

Algo terá que ver com a construção do novo muro, quando chegarem novas eleições, será tarde de mais?

A luta contra a imigração voltou luta política, mas as vítimas são sempre as mesmas.

(*) A primeira “Adelita”, fui uma mulher que participou na Revolução Mexicana do 1910.
O seu verdadeiro nome era Altagracia Martínez, e pertencia à classe alta, da Cidade de México.
Simpatizou com a Revolução e uniu-se a ela, sendo baptizada como "Adelita" pelo General Francisco Villa, mais conhecido como Pancho Villa e pelo coronel Rodolfo Fierro.
Foi asassinada a mando dum tal Pascual Orozco, mas o nome "Adelita" ficou para todas as mulheres que participaram naquele movimento armado e revolucionário.
As "Adelitas" que foram parte fundamental da revolução, tinham funções de enfermeiras, telegrafistas, despachadoras de combóios, correios, espias, casamenteiras, abastecedoras de armas, propagandistas das ideias revolucionárias, combatentes e chegando mesmo a ocupar postos de comando, eram as denominadas "coronelas":
- Carmen Alanis, que se levantou em armas em Casas Grandes, Chihuahua e participou na tomada de Ciudad Juárez com trezentos homens, todos sob o seu comando.
- A "coronela" Juana Gutierrez de Mendoza.
- A China, que comandava um batalhão formado pelas viúvas, filhas e irmãs dos combatentes mortos.
- Dolores Jiménez Muo, "coronela", redactora do Plano Político e Social; redactora do diario liberal “Diario del hogar” e participante de “Las Hijas de Cuauhtémoc”.



segunda-feira, 15 de outubro de 2007

- Antigamente, as pessoas tinham que acreditar em milagres. Actualmente, têm que acreditar em direitos humanos !

DESPORTOS ??? ou PASSATEMPOS ?




No Reino Unido, tem lugar uma corrida de máquinas de cortar relva.

Pelo que me dizem, conta com inúmeros adeptos.

Na China, que é, onde hoje em dia, sucedem as coisas mais díspares, uma jovem ganhou um automóvel, depois de passar vinte e sete horas beijando.

Beijando a quem e o quê?

Pois o automóvel naturalmente, que o ser humano, quando não se quer aborrecer, inventa entretenimentos para sua distracção.

Assim nasceram os grandes espectáculos, como o futebol, o beisebol, as corridas, só para dar alguns exemplos.

Incluso, estes três exemplos, procedem do mesmo afã para passar um bom bocado o melhor que se possa.

Ultimamente celebraram uma prova de lançamento de bidões.

Suponho que vazios.

Mas chegará o dia em que os enchem, de maneira a dificultar mais o concurso.

Um dos concursos mais curiosos, para o meu gosto, é o de expulsar pela boca, à maior distância possível, caroços de azeitonas.

Parece-me que teve origem em Espanha.

Mas quem o inventou, não interessa para o caso.

"Ciezanos", de Cieza – Espanha, levaram o concurso a Nova Iorque e Munique.

Nesta última cidade, os lançamentos vinham coloridos, pois fez-se coincidir a exibição, com a Semana da Cerveja.

Não tenho relutância nenhuma em acreditar, que as autoridades declarem este lançamento de caroços, como desporto olímpico.

Estes mesmos de Cieza, montaram uma actividade lúdico-nocturna que consiste na artimanha de capturar uma determinada espécie de grilos ou similares.

Há pessoas que se riem destas mecânicas, mas sem dúvida que vêem o golfe como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Tu que me estás a ler, dirás, pondo-te completamente de parte, se não é de rir, ver uns tipos que, com uma "bengala" na mão, tentam colocar uma bolita num buraco.

O mesmo cabe dizer do rei futebol.

Vinte e dois de calções tratam, com todo o afã, de meter uma bola num caixilho formado por três paus em forma de janela.

Se te fixares bem e vires à câmara lenta, todas as competições dão vontade de rir.

Como o ténis, que obriga os espectadores a mover a cabeça sem parar, da direita para a esquerda e vice-versa.

Eu não levo para a brincadeira estes eventos, pois respondem a uma necessidade básica do homem, desde as suas origens, ou seja, pão e caça.

Incluso a literatura, a pintura e a música, que ao não serem pão, supõem-se que serão caça.

Este é que é o charme da coisa.

domingo, 14 de outubro de 2007

- Em tempos idos, os alquimistas prometiam criar ouro de materiais básicos e o povo acreditava. Actualmente, os políticos prometem criar emprego do nada e o povo, continua a acreditar !

EUROPA A 27 ? OU SÓ A TRÊS ?





VINTE E SETE, NOVES FORA NADA!

Desde que se aderiu ao baque pela Constituição Europeia, o projectado mapa, prorrogou os trabalhos dos cartógrafos.


Angela Merkel, que é a Dama de Cobre, que quer prossegui-lo e fazer o possível e o necessário, depois de anos de desencontros entre nações que jamais se haviam encontrado na História.

Perdeu-se um tempo precioso, como todos os tempos, por muito feios que tenham sido.

Alguns profetizam que o futuro, do futuro das nações, será converterem-se em regiões, com o consequente e indesejável esforço dos nacionalismos.

Isto será mais para os nossos netos.

Talvez, a maioria sejamos servos, da França, Alemanha e Inglaterra, esta quando vir que se pode "integrar" totalmente.

Para o que foi para os nossos avós Sissi, quiçá para eles será a Imperatriz Angela Merkel.

Só ela, foi a única, que se empenhou a fundo, para levantar um morto e dizer-lhe que ande, ainda que seja de quatro, ou de gatas, mas não a três.


sábado, 13 de outubro de 2007

- Uma das características do santo é a indiferença dele em ser reconhecido !

ACABOU O GRUDADO DAS CHICLETES




Com o único fim de desfazer o problema das chicletes, que se pegam a tudo, nas ruas aos sapatos, nas roupas, etc., cientistas britânicos encontraram uma fórmula para criar uma goma para mascar que não se pega ou gruda, segundo informa a BBC.

Se lá, na Grã Bretanha é um problema, em todos os outros países, suponho que se passará o mesmo, inclusive aqui em Portugal .

Portanto atenção e esta notícia: "Se passar nos controlos sanitários e de segurança, a chiclete mágica poderá chegar ás lojas londrinas em 2008, anunciou a empresa que desenvolveu o produto"

A empresa Revolymer, afirma que, a sua chiclete se tira mais facilmente dos pavimentos, das solas dos sapatos, das roupas, dos tapetes e carpetes.

A Revolymer, uma empresa que vem a ser um prolongamento de um projecto académico, da Universidade de Bristol, afirma que conseguiu criar uma substância que, adicionada à chiclete, a torna muito mais "despegável"

O material é composto de largas cadeias de moléculas, chamadas polímeros, de propriedades tanto hidrófilas como hidrófobas, ou seja o mesmo dizer, que são substâncias que amam a água e a repelem ao mesmo tempo, tendendo também para fazer o mesmo aos óleos.

As últimas experiências, sobre quatro tipos diferentes de pavimento, mostraram que a nova goma de mascar desapareceu em 24 horas, possivelmente, graças aos chuviscos do Verão britânico, ou ao trabalho de alguns funcionários de limpeza.

Vinte pessoas provaram a chiclete e disseram que o seu sabor e textura é comparável à das actuais chicletes comerciais.

Cientistas da Universidade de Cork, na Irlanda, anunciaram recentemente, que estão a criar uma goma de mascar biodegradável, enquanto isso, uma equipa na Universidade de Queen's, optou por outra forma de abordar o assunto, desenvolvendo um super solvente capaz de diluir, inclusivamente as chicletes mais "pegadas".

Para grandes Universidades, grandes investigações, para problemas de cuspo!

Agora como áparte.
Muitas pessoas, ante uma situação de ansiedade, fumam um cigarro, com o fim de "tranquilizar-se", mas isso só resulta num dano maior, pois existem maneiras de controlar-se ante essas situações.

Um estudo realizado em Madrid, revelou que os caramelos e as chicletes, têm um efeito que serve para melhorar o rendimento, ante estados de stress e ansiedade pontuais.

Sim, os caramelos e as chicletes, apresentam um efeito activador, de maneira que podem ajudar nos processos de atenção e na resolução de problemas quotidianos, produzidos habitualmente por estados de ansiedade e stress, transitórios, preparando o indivíduo para a acção e melhorando o rendimento, nas tarefas diárias.

Será que ajudam a regenerar, em todas, mas mesmo todas, as tarefas diárias ?


quinta-feira, 11 de outubro de 2007

- Quem nunca critica nada, esvazia o seu louvor !

BOLÍVIA – OS ÍNDIOS SEM BISONTES







Os "westerns", informaram-nos profusamente da péssima estratégia dos índios que viviam onde agora são os Estados Unidos, (e não só).

A sua táctica de rodear as diligências dos rostos pálidos e estabelecer uma espécie de carroussel em seu redor permitia que todos morressem.

Os índios bolivianos estão a empregar outra táctica: o seu objectivo, não é arrancar cabeleiras, os célebres escalpes, mas tão só fazê-lo com os hidrocarbonetos.

Não seguem o Touro Sentado, mas sim o Evo Morales, mas censuram também quem está demasiado tempo sentado, apesar do seu plano de nacionalização ir vagarosamente.

Não são apaches, mas sim guaranis e nos seus territórios não há bisontes, mas sim petróleo.

O sequestro, há cerca de um ano, duma estação da Repsol, não só colocou em perigo a exportação de gás para o Brasil, que é o melhor cliente do combustível boliviano, como constituiu um símbolo de intensa magnitude do rasgo que caracterizará a primeira fase do século XXI: a exaustão da resignação dos pobres.

Antes, conformavam-se com o que tinham, mas isso agora acabou e aspiram a dispor daquilo que lhes pertence.

Neftalí Ricardo Reyes, sim, o nome do grande, Pablo Neruda, elegeu os índios mapuches como seus inspiradores ancestrais.

É certo que os índios parece que estão encostados ás portas, aguardando o porvir ou futuro que nunca mais chega e competindo em imobilidade com os troncos cortados, das florestas devastadas.

De repente, depois de séculos sigilosos, regressa a sombra enorme de um Caupolicán (*) e o espírito de Lautaro (*), aquele selvagem heróico que "aprendeu a conduzir as flechas certeiramente".

O porta-voz dos indígenas guaranis não descarta a possibilidade de fecharem as válvulas se não atenderem as suas pretensões.

Estão a agitar-se contra Evo Morales, que ganhou a presidência ao prometer a nacionalização dos tesouros do subsolo.

A t-shirt do líder já não é uma bandeira como no início.

Quando não se tem nada, tão-pouco se tem paciência.


(*) Caupolicán, foi um herói dos povos índios, mapuches ou araucanos, que conjuntamente com Lautaro, este a comandar os guerreiros, impediram a conquista das suas terras, Chile, parte da Bolívia e Argentina, pelos invasores espanhóis e infligiram-lhes pesadas derrotas. Só por traição, os espanhóis capturaram Caupolicán.
Foi empalado em 1558.
Também por traição, mataram Lautaro, o miúdo capturado pelos espanhóis e que tudo aprendeu sobre os invasores, até fugir, para com os conhecimentos adquiridos sobre o inimigo, derrotá-los.
Os espanhóis necessitaram, de mais de 300 anos para submeter estes índios
Caupolicán, será uma figura mítica para quase todos os índios.

Foi imortalizado, na obra épica:

“Não houve jamais rei que conseguisse sujeitar esta soberba gente liberta,
nem estrangeira nação que se jactasse de haver pisado seus territórios, nem terra comarcana que ousasse mover-se contra ela ou levantar-lhe espada.
Essa gente sempre foi livre, indômita, temida, com lei própria e cerviz erguida”.
(La Araucana, poema de Alonso de Ercilla y Zúñiga, 1533-1594)



quarta-feira, 10 de outubro de 2007

- Obter um empréstimo é como dormir com um urso. Há um calor inicial, mas nenhuma certeza de acordar vivo na próxima manhã !

"ADEUS E BOA SORTE"




Como já nos despedimos, vocês e eu, do Verão, antes de desejar que desfrutem de um Outono plácido e não muito quente, vibrante mas não colérico, gostaria de dizer-vos adeus, utilizando o título de um filme que fosse admirável.

"Boa noite e boa sorte", (Good Night, and Good Luck, EUA, 2005), que dirigiu com valentia, George Clooney e que fala de jornalistas e cidadãos, cada dia mais necessários, cada dia mais indispensáveis se não querem seguir, (os jornalistas), avançando até ás cavernas, que nos saqueiam a tiros de míssil e produzem cada vez mais bebedeiras.

Falo de jornalistas honestos, jornalistas independentes, jornalistas que servem os seus leitores, insubornáveis, críticos, furiosos, fieis ao compromisso com o jornalismo que ajuda a soerguer a travessia por um mar de chamas, incerto, infestado de incógnitas.

E falo de cidadãos igualmente honestos, responsáveis, insubornáveis, críticos, curiosos, fieis ao compromisso de cidadania de adicionar forças para soerguer, entre todos a travessia para um céu gelado, incerto, infestado de tormentas que se avizinham.

Boas noites e boa sorte, agora que se vislumbra um tempo de novas formas de crispação; boas noites e boa sorte, agora que é difícil, ainda que apeteça voltar as costas aos problemas alheios, aos muros inúteis que se elevam entre campos de escória, ao ódio que campeia dilatado, as más práticas que se infiltraram na política, o grito, a vacuidade, a perda de tempo, de controlo do volante, de energia e da vida.

Brindemos, vocês e eu, não nos ponhamos trágicos, com um "coquetel" que lhe dê na real gana preparar-nos, nos seus 90 anos cumpridos, há uns tempitos, esse mesmíssimo Hoy Wong (*), que ainda podemos encontrar no Hotel Algonquin, de Nova Yorque e cujos preparados, alegraram a vida de Marilyn Monroe, que sabia muito bem, (tudo), o que bebia.

Um brinde de despedida, assim como quem não quer a coisa, com os olhos postos em tudo o que nos falta desfrutar da vida, recordando, a cada passo, algumas das despedidas literárias mais belas que se escreveram: os Cem anos de saudade, (Garcia Márquez), O Amante, (Marguerite Duras) e a Cerimónia do adeus, (Simone de Beauvoir).

Foi um prazer ter compartido com todos, este tempo de sol, talvez este ano, menos abrasador, mas de mares virgens para conquistar.

Amanhã regressa com todos nós, Garcia Márquez; digo-lhe até amanhã, boa noite e boa sorte!

(*)
Barman mais antigo de Nova Iorque, que aos 90 anos continua a preparar bebidas.



segunda-feira, 8 de outubro de 2007

- O crime colectivo escapa à justiça escondendo-se sob pretextos ideológicos !

UM CONTO SIMPLES e INEXISTENTE






O relógio da igreja acabava de deixar ouvir seis badaladas, que correspondiam ás seis da tarde.

A cidade começava a cobrir-se com a obscuridade do horário Outonal.

Seguíamos pelas ruas, sem nos vermos uns aos outros.

Como é habitual acontecer.

Nisto reparo num curioso espectáculo: uma mulher indigente, pelos sinais evidentes, à volta dos quarenta anos, passava a meu lado com um simples blusão de ganga e vários véus por debaixo, de maneira a improvisar uma blusa.

A sua "morenez", não chegava á de cigana, mas poderia ser, da mesma maneira que, lavada e penteada, poderia ser também uma professora, executiva ou funcionária que ia a pensar nas coisas da sua vida.

Chamou-me a atenção, mas passei a seu lado, sem mais nada, a não ser um olhar de lado, não fosse ser injuriado.

Entrei, como tinha planeado, numa confeitaria, perto do meu local de trabalho de projectista.

Do local onde me encontrava vi, que a estranha dama reaparecia, no seu andar, desta vez do outro lado da rua, perto duma esquadra de polícia.

Tirou os véus e lenços para pôr-se nem sei como, pois não terminou de pôr-se.

Não sei porquê, deixei de olhar, embaraçado, talvez por esse pudor " judeu-cristão" que nos persegue muito antes da democracia.

Mas cheguei a ver, com outros mirones, o princípio de uma cena curiosa.

Relativa, visto ninguém ter saído ao ver o improvisado strip-tease, nem ninguém na rua parou para admirar semelhante exibição.

Parece que em toda a vida, à porta duma esquadra de polícia, uma mulher muda a blusa, desnudando-se, ao lado dum punhado de guardas.

Quando saí da confeitaria, não tinha ficado nem rasto da fulana, dos seus escabrosos véus, nem do seu tão extravagante sucesso.

Segui para o escritório e pus-me a fazer um esboço do que havia visto, pois ninguém acreditaria na minha simples descrição.

Depois do esboço, comecei a atentar sobre este mundo que nos rodeia.

Não digo, Deus me livre, porque há que perseguir quem se desnuda em plena rua e em pleno Outono, para não haver gripes e catarros.

Nem tão pouco que seja esta actividade comum, na nossa querida e estranha terra, onde faz tempo em que a notícia não está nas pessoas e muito menos nos sentimentos.

Mas ir-me-ão dizer se, se o que vi, do outro lado da rua, como o puderam ver muitos vizinhos meus, da rua, não tem um pouquito de brincadeira.

Isso de não olhar ao que se passa a meu lado, ou fazê-lo como se fosse algo normal, remete-me, sem remédio, a outra cadeia de strip-tease que vemos, dia após dia, sobretudo, nessa imprescindível caverna informativa que é a televisão e à qual assistimos com impávida frialdade.

Que se um, está misturado não sei com que coisas de tijolos, todo esborrachado; que se o outro está a ganhar milhões aos montes por não sei que requalificações espórtulas; o outro mais além insulta quando descobre uma desistência …; o de mais perto pede com absoluta desfaçatez um espaço para construir um duplex; vamos lá, que o strip-tease desta pobre louca, nada tem a ver com o que todos os dias tomamos ao pequeno almoço, permanecendo tão impassíveis como os viandantes da outra tarde.

O que quero dizer é que já nada nos assusta e que vale tudo.

Prometo que esta história, da mulher revoltosa é verdadeira e não é motivo literário para falar por falar de qualquer coisa, como tenho que fazer, para manter a escrita ociosa em dia, no UCOMETA.

Mas não se enfureçam, nem saiam disparados a correr para ver se ela hoje caminha pela mesma rua.

Alguém me disse no dia seguinte, na mesma confeitaria, que a indigente apanhou uma camioneta da carreira, Porto-Braga, com a viagem paga por alguma alma caridosa.

Dizem que em Braga são mais tolerantes!

Dizem !!!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

- A felicidade é a passagem de uma condição miserável para uma ligeiramente melhor !

OS PORTUGUESINHOS





























Nem todos os portuguesinhos que vêm ao mundo trazem um pão Bimbo debaixo do braço.

Tão pouco noutros países estarão melhores de provisões, nem de atenções: perto de 80 milhões de criaturas recém-nascidas continuam sem estar escolarizadas.

Portanto, só nos podemos queixar dum modo relativo, da sua casualidade que é a que nos afecta.

Para exercer uma hospitalidade adequada, com esses desconhecidos que chegam ás casas, sem terem expressado o seu desejo de que os convidassem, faz falta dinheiro.

Mais dinheiro ou bem menos bebés.

Os partidos, com a indefinição do PS, querem que se implante um valor para um, digamos cheque-bebé, a muitas mães e não só a miserável esmola que irão receber as mães dos filhos portuguesinhos, denominado "abono de família, (?)" ou qualquer óbulo, que a esportulação desmesurada, noutros devaneios, não permite mais.

Não há dúvida que o nosso sensato ministro da economia estaria encantado, mostrando a sua generosidade, mas o que ele pode mostrar é o fundo do baú vazio.

O plano estará muito bem concebido, como foi concebido o portuguesinho, mas tem uma falha:
Donde sai o dinheiro necessário para ampliar os gastos e que o baú já não possui?

Ainda que todos reconheçamos que mãe só há uma, há que reconhecer que as que também o querem e necessitam, são muitas.

Os alfaiates eleitorais tiram sempre mal as medidas.

A ajuda para fomentar a natalidade deixa de ser estimulante se se aplica com efeitos retroactivos, pois mais a mais, converte-se em inoportuna, quando se gestionam outras ajudas.

Como conseguir dinheiro para os portuguesinhos, quando se procura dinheiro para as reformas milionárias de alguns?

Como o conseguir, para aumentar os parcos salários das forças de ordem?

Como conseguir o dinheiro para o ensino e a investigação científica?

Como conseguir o dinheiro para as promoções congeladas, quer na função pública, quer no exército, armada e força aérea, forças de segurança …?

Tudo seria mais fácil e com maior liquidez, tanto para os portuguesinhos, como para os que estão na fila, para as devidas promoções e ascensões na carreira, mas os livros de tácticas e técnicas de família dependem dos livros de contabilidade.

Gostaria muito de saber quem é o psiquiatra do ministro da economia.


terça-feira, 2 de outubro de 2007

- Os românticos destacam-se pela reminiscência de coisas que nunca existiram !

ADIANTAMENTOS POR CONTA !

























Despejados



O governo português, devia estudar e com grande aproveitamento, como aliás sempre acontece, a criação de um fundo para todos os que não podem pagar a sua hipoteca.

Já sei que vão surgir engarrafamentos.

Quantos são os compatriotas que estão a passar por um mau momento?

Se descontarmos governadores civis e presidentes de câmara, todos tão sábios e os ocupantes de lugares de urbanismo, todos tão bons em previsões para o seu futuro, a maioria dos portugueses passa graves dificuldades para assumir o pagamento da prestação do seu empréstimo.

Quem trabalha, nunca vê o final das contas.

Só tem a garantia do risco.

A incerteza financeira não será assim, já que há a certeza absoluta de que se "vai intensificar a desaceleração", dizem, em linguagem deplorável, lá do alto, os economistas com canudo.

Não nos chamam ao engano, mas nós ouvímo-los.

Já nos enganaram tantas vezes, com lindas ou feias palavras, que o eco das suas declarações nos fazem sonhar, no inverso das medidas que a nossa bolsa pode sonhar.

A outra, a Bolsa, com maiúscula, anda de queda em queda

Houve tempos em que os portugueses aspiravam, não se sabem bem porquê a ser, "metade monges, metade soldados".

Duas profissões austeras que obrigam a passar muitos anos de pé.

Agora somos metade pobres, metade hipotecados.

Não creio que somos ricos por sermos proprietários de umas janelas ao ar, que é de todos, mas chegou o momento em que temos que nos antecipar à conta, para evitar ordens de despejo.

Pelo que li e reli, não iremos ser penalizados pela EU, pelo excesso de produção de leite, (?).

As cotas das quotas, parece-me que sofreram alterações!

(Num mundo de abundância, estas minudências são valoradas!)

Os Bancos não são traidores e avisam da falta de pagamento das mensalidades.

Já nos adaptámos, não sem um meritório esforço, a viver com mais, mas as vacas mais fracas das povoações, já fugiram!